Misatango – 43º FML
Coro do Orfeão de Leiria & Tango4Women | Catarina Perdigão (soprano) | João Ferreira (direção artística)Horários e escolha de sessões
Data | Hora |
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Sex 04 Abr | 21:30 |
Outras informações
Público
M/6
Músicos
Coro do Orfeão de Leiria
Tango4Women (Veronique Marques, acordeão | Ivana Dimitrievic Vilela, violino | Nádia Roseiro, piano |Sónia Leitão, guitarra |Ilda Coelho, guitarra baixo)
Catarina Perdigão, soprano
João Ferreira, direção
Misatango – 43º FML
Coro do Orfeão de Leiria & Tango4Women | Catarina Perdigão (soprano) | João Ferreira (direção artística)Descrição
Este concerto começa com a obra Soledad, uma peça instrumental de Astor Piazzolla, interpretada pelas Tango4Women, servindo como uma ponte emocional para a Misa a Buenos Aires de Martín Palmeri. Ambas as obras partilham a essência do tango, com sua intensidade e introspeção, mas abordam-na de formas distintas: enquanto Soledad reflete a solidão e a melancolia do indivíduo, a Misatango expande essa emoção para uma dimensão espiritual e coletiva. Este diálogo entre as peças cria uma narrativa musical que conduz o público da intimidade do tango para a sua celebração coral e litúrgica.
A MisaTango, também conhecida como Misa a Buenos Aires, é uma obra do compositor argentino Martín Palmeri, que une a tradição da missa litúrgica à paixão do tango. Composta em 1996, a peça segue a estrutura do ordinário da missa em latim (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei), mas incorpora a instrumentação e o ritmo característicos do tango, resultando em uma fusão inovadora entre o clássico e o popular.
A instrumentação, aqui adaptada, inclui coro, solista mezzo-soprano, piano, violino, guitarra, guitarra-baixo e acordeão, cria uma atmosfera intensa e emotiva, evocando tanto a espiritualidade da missa tradicional quanto a melancolia e o vigor do tango. A escrita coral é rica e expressiva, dialogando com a voz solista e o acompanhamento instrumental de maneira envolvente.
Em 2013, MisaTango foi apresentada no Vaticano em homenagem ao Papa Francisco, o primeiro pontífice argentino, reforçando a ligação entre a obra e a identidade cultural do país natal do Papa. Esta performance destacou a universalidade da música sacra e a capacidade do tango de transmitir tanto devoção quanto emoção profunda.
Desde sua estreia, a obra tem sido amplamente executada em todo o mundo, conquistando músicos e plateias com sua originalidade e profundidade emocional.
Programa:
Soledad, de Astor Piazzolla
Misa a Buenos Aires – Misatango de Martín Palmeri
Biografias:
O Coro do Orfeão de Leiria erguido em maio de 1946, primeiro sob a direção de Rui Barral, depois de José Pais de Almeida e Silva, Duarte Gravato, Frei Norberto Gomes, Francisco Bernardino Carvalho, Júlio Fernandes, Joel Canhão, Guy Stoffel Fernandes, Agostinho Rodrigues, Rui de Matos, Jorge Matta, Paulo Lourenço, Mário Nascimento, Augusto Mesquita, Pedro Miguel, João Branco, Joaquim Branco, Nuno Almeida, é atualmente dirigido por João Ferreira, tornou-se o embaixador cultural da cidade e da região de Leiria no mundo, como conjunto coral e como instituição referencial de cultura. Instituição a que legou o seu nome e que hoje se designa como Orfeão de Leiria Conservatório de Artes (OL|CA), tal a sua abrangência. Nascido na tradição dos coros de vozes masculinas o Coro Orfeão de Leiria atingiu nos anos 50 uma tal plenitude artística que o individualizou no contexto nacional e teve repercussões internacionais, nomeadamente através da BBC de Londres. Em 1986 foi criado um Coro Misto. A profissionalização por inteiro da direção coral em 1988 possibilitou a generalização da técnica vocal; os conhecimentos em música; um repertório sistematicamente mais erudito; a qualidade interpretativa. Isto permitiu chegar aos dias de hoje como um dos melhores agrupamentos corais nacionais e um invejável curriculum europeu e mundial. Apresenta-se com conjuntos diferentes – misto, vozes masculinas, vozes femininas, em conjunto ou separadamente, e acompanhamento orquestral ou instrumental ou a capella. Do seu currículo internacional constam atuações em Espanha, França, Alemanha, Dinamarca e Holanda, Suíça e Itália e na República Checa, para além da Áustria, Luxemburgo, Hungria, Eslovénia, Eslováquia e Polónia. No ano 2000 participou em festivais em vários Estados do Brasil. Com atuações por todo o país esteve também nos Açores. A participação regular no Festival «Música em Leiria» desde 1996, com os muitos concertos para coro e orquestra, são momentos em que o Coro do Orfeão de Leiria atingiu momentos altíssimos na sua prática artística, eminentemente virada para a comunidade.
Tango4Women é um grupo de música de câmara composto por cinco Mulheres intérpretes, cuja paixão pela arte e dedicação à excelência musical resultam numa abordagem inovadora e sofisticada do tango. Fundado em 2018, o quinteto distingue-se pela sua visão única, que conjuga a sensibilidade feminina com a intensidade e a expressividade características deste género musical.
Integrado por docentes da Escola de Música do Orfeão de Leiria, as Tango4Women combinam uma sólida formação académica com vasta experiência performativa, garantindo interpretações de elevada qualidade técnica e artística. O grupo tem vindo a afirmar-se em importantes palcos nacionais e internacionais, destacando-se a participação nas XVII Històries Nocturnes de Llíria, Valência, Espanha, no Festival Música em Leiria, no XVI FestAmbo, entre outros.
Catarina Perdigão Santos é uma cantora, soprano portuguesa. Natural de Ourém, iniciou os estudos musicais em 2008 na Ourearte-Escola de Música e Artes de Ourém, conservatório onde mais tarde frequentou o curso articulado de música na classe de Canto da professora Carla Sofia Pais. Posteriormente, estudou com a professora Rute Dutra, na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional. Licenciada em Música- variante de Canto- pela Escola de Música e Artes do Espetáculo, no Porto, na classe do Professor Rui Taveira. Na ESMAE integrou o coro de câmara da Professora Barbara Francke e participou na produção de duas óperas: Os Noivos, operetta de costumes do compositor português Francisco de Sá Noronha, com direção artística do Professor António Salgado, encenação de António Durães e direção musical do maestro José Eduardo Gomes; e na Ópera Real, de Telmo Marques, Eugénio Amorim, Carlos Azevedo e Dimitris Andrikopoulos, projeto original da universidade que contou com a direção musical do maestro Jan Wierzba. Ambas as produções tiveram récitas no Teatro Helena Sá e Costa, na Casa das Artes de Famalicão e no Coliseu Porto Ageas. Ao longo dos últimos anos frequentou masterclasses com vários profissionais da área do Canto, entre os quais se destacam Alberto Sousa, Ana Paula Russo, Elizabete Matos, Orlanda Isidro e Silvia Munteanu. A jovem cantora apresenta-se regularmente em atuações de fado de norte a sul do país, e até mesmo além-fronteiras. Em 2022, representou Portugal na 23º edição do Reencontres Musicales de Méditerranée, na ilha da Córsega em França, acompanhada pelos guitarristas Artur Caldeira e Daniel Paredes; Em 2023 estreou-se no conceituado Museu do Fado, em Alfama. Em julho do mesmo ano foi convidada pelo Festival Artes à Vila a cantar no projeto O Fado, a Canção e o Cante, espetáculo que celebra a música tradicional portuguesa. A atuação foi nomeada pelos Iberian Festival Awards, na categoria de Best Live Perfomance. Além disso, foi ainda convidada a cantar com a orquestra de cordas do 10º aniversário do ESTA Portugal (European String Teachers Association Portugal) e no festival FestFado Ribatejo, onde se destacam as novas vozes do fado. Recentemente trabalhou com o Teatro de Ferro e com a Sonoscopia na comédia musical distópica Capital Canibal, com estreia no Festival Internacional de Marionetas do Porto 2024 (FIMP´24), no Teatro Municipal do Porto-Rivoli.
João Ferreira (n. 1994) iniciou os estudos aos 5 anos na Orquestra Ligeira de Cambra. Posteriormente, ingressou na Sociedade Artística Banda de Música de Vale de Cambra e na Academia de Música de Vale de Cambra, onde estudou com o professor Hélder Fernandes. Continuou sua formação na Academia de Música de Oliveira de Azeméis, sob a orientação dos professores Sérgio Afonso e João Vilão. Mais tarde, concluiu a licenciatura e o mestrado em Ensino da Música, com especialização em Formação Musical e Classe de Conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas. No seu percurso, participou em diversos projetos de gravações e aprofundou a sua formação com professores e maestros de renome, como Jan Wierzba, Vasco Azevedo, A. Vassalo Lourenço, Gonçalo Lourenço, José Vilaplana, Wei Cheng, Debra Shearer-Dirié, Alberto Roque, Rafa Albors, Pacho Flores, Luis González, Fred Sautter, Rubén Simeó, Nuno Silva, Sérgio Charrinho, Telmo Barbosa, Gilberto Cardoso, João Mogo, Jorge Almeida, Pedro Tavares e Sérgio Pacheco. Atualmente, leciona Formação Musical e Classe de Conjunto e Coro na Ourearte e no SOM. Em 2021, assumiu a direção do Coro do Orfeão de Leiria, desde então, promoveu e ministrou diversos workshops de canto coral em parceria com o Orfeão de Leiria, colaborando com os cantores Luís Rendas Pereira e Paulina Sá Machado. Orienta o projeto do Coro de Câmara da Ourearte, organizador e mentor do I e II Estágio de Coro da instituição, orientou masterclasse com o UC Berkeley Chamber Chorus.